por Igor Mêda (foto)*
Por mais que pareça estranho um atendimento como eu falar
isso, a frase-título desse post faz total sentido para mim. Antes que se atirem
pedras, paus ou vírus vou falar por que
sou a favor do fim do clichê do atendimento publicitário.
O mercado publicitário, como todo mercado profissional,
sofre variações em seu formato e configurações em cada região, país ou mercado
específico. O profissional de atendimento não foge a essa regra e também vê o
perfil dos seus representantes variar muito de agência para agência. Como atuo
no mercado publicitário em Alagoas eu vou debater mais sobre os formatos e
estruturas locais ok?
Quando tive minha primeira experiência com propaganda, ainda
como estagiário, em 2002, eu tive o prazer de trabalhar com uma equipe plural e
formada por gente cascuda. Nessa agência eu aprendi que o papel do atendimento
é ser a agência de um homem só. O profissional tem que entender de mercado e
estratégia para poder captar as informações corretas pro briefing e orientar
bem a criação. Para orientar bem o departamento de criação, aprovar verba para
as mídias e custos de produção, defender um bom planejamento e saber dos prazos
e do operacional das campanhas o atendimento tem que entender um pouco de tudo
isso. Como eu era novato. eu me animei e ao mesmo tempo questionei isso e ouvi
uma frase que me marca até hoje: “como você vai discutir com criação,
planejamento, produção, mídia e cliente se não entende bem de tudo o que está
discutindo?”. Foi uma lição que agradeço e sigo até hoje.
Depois passei um tempo do outro lado, sendo cliente de
algumas agências de propaganda, e vi uma realidade um pouco diferente do que me
ensinaram. Vi muitos atendimentos que na prática eram apenas tiradores de
pedido junto aos clientes, garotos e garotas de recado da criação e figuras
pouco bem vistas junto ao resto da equipe da agência. Vi bons profissionais de
atendimento migrando para criação e planejamento e alguns cada vez menos
preparados assumindo as funções. Foram várias as situações em que um
atendimento mantém “relacionamento” com um cliente e, na hora de apresentações
chaves, grande negociações e momentos importantes ele era posto de lado e nós
clientes só confiávamos nos donos ou profissionais “cabeças” da criação. Para
mim foi um choque ver essa realidade.
Depois eu voltei a trabalhar em agência e desisti de voltar
como atendimento, pois além de ser um departamento muito mal visto devido a
alguns profissionais, muitos dos profissionais que eu admirava tinham migrado
para criação ou planejamento. O novo perfil do atendimento em 2005 era de uma
profissional mulher, nova, bonita e com pouquíssimo conhecimento de outros
departamentos e com pouca interferência na criação. Em algumas agências o
atendimento nem podia opinar sobre a criação das peças. Foi então que decidi
voltar na função de planejador. Fui para uma agência com um perfil diferente e
devo muito à galera da agência. Vi um lugar sem um profissional apenas de
atendimento, pois nessa agência o redator atendia alguns clientes, eu como
planejador atendia outros e depois a nossa mídia também teve sua cartilha de
clientes. Um modelo bem inovador, mas que permitiu uma dinamicidade e
pluralidade únicas e grandes resultados. Depois disso decidi lutar para quebrar
esse paradigma dos atendimentos apenas como leva e trás da criação.
O twitter @atendilento é um exemplo de como alguns
profissionais de atendimento se tornaram piadas.
Hoje eu tenho uma visão bem própria do atendimento e separo
os diversos tipos de atendimento publicitário. Tem o executivo de contas que é
profissional vendedor que aprova orçamentos, aprova campanha, bate na porta de
clientes e tem um foco grande na parte comercial do atendimento. Tem o
relacionamento que é o atendimento que se preocupa com a relação com clientes,
parceiros e fornecedores e que serve como psicólogo e consultor de seus
clientes. Além disso, é um profissional que rala para que a agência tenha
networks (redes de relacionamento) que façam com que ela esteja sempre na mente
do mercado e dos clientes sendo um RP (relações públicas da agência também).
Outro tipo de profissional é o atendimento planner (planejador) que pensa em
soluções, cria junto com a criação, faz mídia junto com mídia e entende de todo
o processo, sendo um atendimento criativo. O modelo que menos gosto é o do assistente
de atendimento que é a pessoa que faz o dia a dia dos processos da relação
cliente-agência, mas que não tem perfil para assumir a gestão da conta
diretamente. Esse profissional precisa ser treinado e capacitado para assumir
diretamente o atendimento e não ser jogado junto aos leões e pronto.
Por mim, acho que um atendimento pra vender com verdade tem
que se vender do jeito que é. Já vi muitos jovens criativos e grandes
profissionais que trabalham em Maceió todo engomadinhos e tentando falar
difícil para serem bons atendimentos. Profissionais que esquecem o clima de
Maceió e esquecem sua própria personalidade na hora de atender seu cliente.
Como você pode atender com verdade e fazer o cliente confiar e acreditar no que
você diz se na hora de se apresentar você é um personagem? Atendo meus clientes
com minhas gírias, meus tênis, meu jeito carioca de ser. Alguns gostam, outros
não, mas todos sabem que o que eu falo é o que penso.
E você, o que acha?
(*) Igor Mêda é Diretor de Atendimento da Tengu Propaganda, em Maceió.
3 comentários:
Fico feliz em estar contribuindo para o debate entre os colegas atendimentos.
Abraços
Igor, seu texto em parte é bom, mas não reflete a realidade do mercado nacional, como você mesmo alerta. Faço uma sugestão do amigo visitar outros mercados, onde cada vez mais o profissional de atendimento tem uma função altamente estratégica.Uma outra falha no seu texto é abordar "profissionais de atendimentos" juntando todos no mesmo "balaio". Sugiro o amigo pesquisar um pouco mais sobre profissionais de atendimentos de veículos, esses profissionais não tem tempo de ficar " se arrumando" ou apenas fazendo "briefing", pois estão intimamente ligados a metas e resultados. Abs - (Fortaleza)
Igor, seu texto em parte é bom, mas não reflete a realidade do mercado nacional, como você mesmo alerta. Faço uma sugestão do amigo visitar outros mercados, onde cada vez mais o profissional de atendimento tem uma função altamente estratégica.Uma outra falha no seu texto é abordar "profissionais de atendimento" juntando todos no mesmo "balaio". Sugiro o amigo pesquisar um pouco mais sobre profissionais de atendimentos de veículos, esses profissionais não tem tempo de ficar " se arrumando" ou apenas fazendo "briefing", pois estão intimamente ligados a metas e resultados . Abs - (Fortaleza)
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