Por Daniela Meneghelli*
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Daniela Meneghelli |
O computador, diziam as previsões, iria
reduzir nossa jornada de trabalho. Também achavam que teríamos carros voadores como
os Jetsons, da Hanna Barbera, e nos alimentaríamos
basicamente de pílulas. Mas, hoje, queremos ir trabalhar de bicicleta e comprar
produtos em feiras orgânicas. E, claro, trabalhamos mais do que nunca, mas aí é
assunto para outro artigo.
Quem poderia prever que as locadoras de
vídeo iriam desaparecer com o surgimento disruptivo da Netflix? Ou que
chamaríamos o táxi através do Uber,
reservaríamos as férias no AirBNb, e
que compraríamos música pelo Spotify?
Além do Skype, Facebook, Twitter, Instagram, Snapachat, WhatsApp, Tumblr, e outras tantas ferramentas que
usamos intensamente no nosso dia a dia.
O mundo mudou, e mudou muito nestes
últimos 20 anos. E toda a revolução veio dos computadores, smartphones, internet, e suas consequentes redes sociais e sites
que ampliaram os horizontes da comunicação e nos possibilitam falar mais e
melhor com as pessoas.
Os teóricos da comunicação como Castells
dizem que o conceito de Capitalismo Informacional, que foi proposto na obra Sociedade em
Rede, elege a tecnologia de informação como o paradigma das mudanças sociais
que reestruturaram o modo de produção capitalista, a partir dos anos
oitenta. Para Lúcia Santaella, a Era Digital, também conhecida como Cultura do
Acesso, nos coloca no centro de uma revolução técnica e cultural, cuja
propensão é se alastrar, já que a tecnologia dos computadores tende a ficar
cada vez mais barata. Em seu livro Culturas e Artes do Pós-Humana ela diz ainda
que este crescimento é um indicador fundamental porque a produção, o
arquivamento e a circulação da moeda corrente da informação dependem do
computador e principalmente das redes de telecomunicação.
E como
ficam as agências de Propaganda neste cenário? E os publicitários, mais
especificamente o profissional de atendimento, onde ele se encaixa? Aliás onde
ele estava antes e qual o seu verdadeiro papel no desenvolvimento dos negócios
dos clientes e da agência?
O Atendimento Publicitário é (ou deveria ser) o líder do relacionamento Agência x
Cliente, com uma visão profissional, técnica e estratégica do negócio de ambos,
e uma visão holística do mercado como um todo. Quando se pensa em um bom
profissional de atendimento, características como bom relacionamento
interpessoal, atitude agregadora, capacidade técnica, visão estratégica,
controle de prazos, senso de urgência, negociação, fazem parte da extensa lista
de desejos.
O cliente
ainda espera de seu atendimento e de sua agência uma participação efetiva no
planejamento estratégico do seu negócio, no acompanhamento do desenvolvimento
dos seus produtos/serviços/marcas, e na avaliação e mensuração dos resultados.
Estamos
sendo sempre exigidos por mais comprometimento, profissionalismo e conhecimento.
Mas precisamos saber tudo de tudo? Dominar todas as ferramentas e plataformas da
comunicação, do marketing e do digital?
Acho que
não, né? Há duas décadas não dominávamos todas as ferramentas e continuaremos
sem dominá-las. Acredito que nossa função é entendê-las, saber dialogar com os
parceiros e interagir neste meio ambiente, buscando sempre o melhor caminho para
nossos clientes. Nada mais que o bom e velho conhecimento multidisciplinar que
os professores falavam desde a faculdade, não é mesmo?
Devemos
estar em constante busca de aprendizado, mas isto não significa que saberemos
tudo,e sim que nos manteremos relevantes no negócio que escolhemos estar. Aliás
um negócio cada vez mais dinâmico, conectado e interativo onde os limites da
vida pessoal e profissional estão cada vez mais tênues. Entendo o profissional
de atendimento como um agregador de pessoas e ideias. Agindo com atenção,
simpatia e cordialidade,da elaboração de um briefing até a implantação de
soluções, construímos dia após dia a confiança e o respeito do mercado.
E isso
acontecia antes, e continua acontecendo agora, neste mundo digital,
simplesmente porque não há outro mundo. Mundo
Analógico? Mundo Digital? Mundo é mundo, e é neste mundo que estamos vivendo,
trabalhando e amando. E é neste aqui e agora que precisamos ser o melhor de nós
mesmos e servir às pessoas com a nossa alma.
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(*) Daniela
Meneghelli é especialista em Marketing e aluna da Disciplina de Metodologia de
Pesquisa do Mestrado de Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal
do Espírito Santo. Atualmente trabalha na MP Publicidade, em Vitória- ES, e é gestora
da conta da Hortifruti. Além de trabalhar como atendimento em outras agências
em Vitória e no Rio de Janeiro, também já esteve do outo lado do balcão na
Telefônica Celular e na VIVO. Já morou em Santiago e em Londres, mas afirma sem
titubear que sua melhor realização é a doce e encantadora filha Alice.
2 comentários:
Ola. Li os 3 ultimos artigos e gostei muito da comunicação do blog. A forma com que você expões as opiniões..
Você comenta, e, também sabemos que é preciso se atualizar. Mas hoje em dia sinto falta de uma instituição, ou canal, que forneça dados e informações sem custo. Você é familiarizada com alguma ferramenta?
Obrigada pelo comentario, IHateItau. Recentemente eu escrevi um post que acho que pode te dar um caminho. http://atendimentopublicitario.blogspot.com/2015/09/nunca-foi-tao-facil-se-aprimorar-muita.html
Abs, Katia Viola
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