
Haverá
situações em que o cliente passará um briefing e definirá a verba que alocou
para aquela ação específica. Outras vezes, não definirá a verba e caberá à
agência propor. Haverá situações em que a agência se antecipará ao cliente e
apresentará propostas, simplesmente porque cabe à agência identificar
oportunidades de promoção da marca ou do serviço prestado pelo seu cliente sem
que seu cliente precise necessariamente solicitar um trabalho. Em qualquer
desses casos, gerir uma conta exige que você tenha sempre a noção de até onde
poderá ir para não prejudicar todo um planejamento e um fluxo de trabalho, além
de respeitar as limitações financeiras da empresa anunciante.
Se você conhece
seu cliente, seu mercado, seus concorrentes, os consumidores de seus produtos/serviços, use as informações que tem e o bom
senso ao analisar qualquer trabalho antes de apresentá-lo. Uma coisa é propor
algo que, mesmo demandando um aporte mais significativo da verba, é
justificável e pertinente. Algo que irá melhorar o negócio do cliente, que o
fará ganhar lá na ponta, e algo que é viável de ser executado. Outra coisa é
apresentar campanhas completamente desconectadas da realidade financeira da
empresa apenas pelo apelo de que tem ali uma boa ideia. Você acabará
demonstrando que a ideia é mais importante do que a execução, como se uma coisa
fosse dissociada da outra. Clientes tendem a se incomodar com esse tipo de
comportamento. Se gostam da ideia apresentada, vão se sentir frustrados porque
não podem executá-la. Ou vão interpretar a proposta como falta de entendimento
do seu negócio por parte da agência. Ou as duas coisas juntas, o que muitas
vezes é fatal para a manutenção da conta.
Busque a forma mais adequada de atender a
demanda do cliente e não necessariamente aquele projeto fantástico que nunca
será realizado. O ótimo é inimigo do bom, a gente sabe. Evite também a síndrome
do “eu apresento as boas ideias, você é que não aprova”. É um comportamento que
mais distancia do que aproxima. Boas ideias serão boas se forem executadas e
derem resultado. Do contrário, servem apenas para encher portfólio. Se você
percebe que a proposta não é adequada, discuta com a equipe, explique porque
não é prudente apresentá-la, mesmo que isso implique, a princípio, em frustrar
seus colegas (seja a criação, a mídia, o planejamento).
É preferível questionar
internamente as ideias antes de levar ao cliente algo impossível de ser
realizado, gerando desgastes desnecessários. Com o argumento certo e o devido
respeito na discussão de pontos de vista, não raro a equipe reformula ou
repensa o trabalho e ao final acaba por propor algo muito melhor, mais
consistente, mais condizente com a realidade da conta. Com mais chances de aprovação
e, portanto, de execução.
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