1 de junho de 2008

Uma Idéia Que Não Custa Caro: O Que Um Atendimento Experiente Pode Fazer Por Uma Equipe Nem Tanto

A gente sabe que grande parte dos profissionais experientes, acima dos 50 anos, tende a ser expelido das agências. Existem várias razões para isso, mas vou aqui explorar uma: a alegada falta de recursos das empresas em pagar salários mais altos a profissionais com muitos anos de janela.

Se o caso é falta de dinheiro, então acontece uma coisa que não me parece nada interessante. Pessoas extremamente bem-preparadas deixam de fazer parte do universo das agências. E aí os dois lados perdem. O profissional experiente perde, pois vai deixar de participar da rotina de trabalho e de se alimentar das inúmeras informações que o processo diário nos traz. As agências perdem, pois a inexperiência dos profissionais iniciantes - e que por isso mesmo percebem um salário pequeno - cobrará seu preço (retrabalho, falta de confiança por parte dos clientes que percebem estar sendo atendidos por principiantes etc.).

Como nesse espaço discutimos questões voltadas ao profissional de Atendimento vou dar uma idéia de como imagino que esse profissional experiente poderia ser extremamente útil, não necessariamente onerando a folha de pagamento.

Imaginemos que uma pequena agência, por exemplo, não tenha recursos suficientes para contratar profissionais experientes para atender seus clientes. Um problemaço, não? Como é que uma agência vai para frente sem uma equipe de Atendimento que estabeleça o relacionamento diário, que crie assim o ambiente de confiança cliente x agência? Consequentemente, motivando os clientes a entregar mais e mais trabalho para a agência? Imagine quanto tempo o dono/dona dessa agência deve dispor para dar suporte a essa equipe inexperiente. Quantas vezes terá de visitar os clientes “para segurar a onda”, tempo esse que poderia estar sendo dedicado com prospecção, com a administração do seu negócio e não no dia-a-dia?

Pois eu diria a ele/ela que há como equacionar isso. Um experiente profissional de Atendimento poderia ser contratado justamente com o objetivo de formar uma equipe. Essa formação pode englobar desde a seleção, a contratação, o treinamento e o acompanhamento diário do time de executivos de conta por um tempo determinado. Numa perspectiva mais macro, poderia englobar o estabelecimento de processos de trabalho junto à empresa e até metas de faturamento.

Por que não “criar” uma posição temporária, que possa agregar valor ao negócio da agência e abrir oportunidades de trabalho a profissionais talentosos que estão com uma tremenda vontade de trabalhar? Talvez isso possa ser negociado por um valor que a agência pode pagar. Aqui entre nós, será mesmo que o mais importante para esses profissionais, nessa altura de suas carreiras, é ganhar muito dinheiro? Talvez alguns deles já estejam aposentados e tenham renda proveniente dessa aposentadoria. Talvez já tenham construído um patrimônio que os permita viver com alguma renda. Talvez tenham renda vinda de alguma atividade paralela (professor, consultor). Isso tudo pode permitir a essas pessoas abrir mão de uma remuneração substancial pela oportunidade de contribuir na formação de competentes profissionais de Atendimento.

Afinal, ser útil, pertencer a um grupo, sentir-se produtivo são fatores extremamente importantes para qualquer profissional que vê seu trabalho como fonte de realização pessoal e não só como fonte de renda.

Está lançada a idéia.

2 comentários:

Albertino disse...

Olá Kátia,

tenho acompanhado seu blog de uns tempos para cá, e estou gostando do que leio. Resolvi lhe escrever para comentar este post.

Hoje eu tenho a oportunidade de "ser treinado" pela Shyrlei Guitério, uma profissional que se encaixa nas características que você descreve. A Shyrlei, por decisão própria, hoje dedica seu tempo ao mundo acadêmico, e coordena a agência experimental da Estácio de Sá. Eu trabalho como supervisor, convidado por ela para "tocar" a agência.

A oportunidade de trabalhar com alguém com tanta vivência de mercado me traz um know how que não teria se precisasse aprender tudo sozinho, por experiência própria.

A valorização de profissionais experientes é algo que não se faz necessário apenas no mercado publicitário, mas em diversos outros ramos de atuação. Os melhores acabam sendo deixados para trás devido aos altos salários.
Abraços,
Albertino Pimenta

Anônimo disse...

Primeiro, parabéns pelo blog. Conteúdo de primeira, viu.

Em relação ao post, gostei da idéia. Claro que mesmo assim, pequenas agências terão dificuldades de manter este profissional, mesmo que por um curto período de tempo. Entretanto, acredito que ao colocar no papel elas verão como será interessante este investimento.

abraços,

Will