10 de abril de 2019

SXSW Sem Badge. Vale a Pena?


Efeito manada 

Com o passar dos anos, mais e mais publicitários e outros profissionais brasileiros da indústria criativa participam do SXSW. Um conta pro outro, que conta pro outro, e o público vai só aumentando. Começa a bater aquela vontade de ir. Mas nem sempre a gente tem essa grana toda para pagar passagem, hospedagem e o badge (passe) que dá direito às conferências e painéis.

Comigo aconteceu assim. Moro nos EUA, estava programando umas viagens pelo país e pensei: por que não ir a Austin em pleno festival? Pois assim foi. Viajei sem ter comprado o passe para assistir as palestras e painéis do South by Southwest. E mesmo assim ouso dizer que participei do festival. Como assim? Bom, descobri que basta estar em Austin para imediatamente estar inserido, pode acreditar. 

Primeiras impressões

No Centro de Convenções
Para início de conversa, o SXSW não é glamour, champanhe e ostentação. Já achei bom só por isso. Além do quê, você conhece muita gente de tribos diversas, pois são vários “festivais” num festival. Tem a parte de Educação, de Interatividade, de Cinema, de Música, de Comédia e de Games, que acontecem em dias diferentes, na maioria das atividades (algumas se sobrepõem). Como me planejei para estar em Austin durante um pouco de cada “festival”, foi bem interessante ver o público mudando e poder conhecer pessoas com interesses os mais diferentes.

Posso dar uma dica? Se puder, não se limite ao Interactive, como percebi que fizeram a maioria dos publicitários. Tente aproveitar um pouco de tudo.

Participando sem passe

É claro que ter o passe para garantir que você possa aproveitar tudo o que quer é muito bom. Mas nem sempre se tem a grana necessária. Por isso, meu objetivo aqui é apenas te dizer: não desanime, se for esse o seu caso.

Além do guia oficial do Festival, que você pode consultar online ou pegar de graça no Centro de Convenções, vale seguir alguns guias não-oficiais pelo Twitter. Em todas as opções há informações sobre o que pode ser feito sem precisar do passe, gratuitamente ou pagando.

As marcas também promovem ativações incríveis para qualquer pessoa. Quer um exemplo? O Facebook promoveu diversas delas, gratuitas, na sua Facebook Art House, inclusive com direito a assistir filmes com produtos da Oculus/realidade virtual.

Kellie Gerardi se prepara para ir a Marte.
Há painéis, palestras, e experiências totalmente 0800. Para citar uma delas, a Atlas Obscura, com o apoio da marca Gore-Tex, juntou num único painel uma cientista-astronauta, duas exploradoras e um pesquisador de sons e robótica para uma discussão incrível sobre a quebra de limites na exploração humana.

E dá para assistir aos filmes exibidos no festival. Se a sala não lotar com a audiência prioritária (isto é, os participantes que têm o passe), basta pagar o ingresso, que custa 15 dólares, e pronto. 

Eu assisti a dois documentários incríveis (Bluebird e Strange Negotiations), ambos ligados ao universo da música, com direito a presença dos diretores e atores para sessões de perguntas e respostas – e performance musical! – ao final da exibição.

 No hotel onde me hospedei, assim como em outros hotéis, bares e outros locais, teve shows de música gratuitos, de dia e de noite.

Aliás, aqui entre nós, se você se planejar bem pode até comer e/ou beber de graça todos os dias, pois quase sempre as atividades incluem café da manhã, brunch, ou happy hour, dependendo do horário de cada uma 😉.

E as palestras oficiais?

Pois é. Não precisa ter FOMO. Mesmo que você tenha o passe, muita coisa você pode assistir pela internet. Se não tem, idem. Tua amiga comentou sobre aquela palestra incrível? Chances há de que você possa assistí-la na hora via streaming e/ou no canal do SXSW.

Na palestra de Esther Perel, vários insights interessantes.
Eu fiz essa experiência e te desafio a fazê-la também: se alguém comentou ou escreveu sobre algum painel ou palestra num dos inúmeros eventos ”pós-SXSW”, vai lá no YouTube. Aposto que vai encontrar muita coisa. Uma das palestras com maior repercussão, por exemplo, é essa aqui, da terapeuta Esther Perel. Ela explica o que os líderes podem aprender sobre a dinâmica das empresas com a terapia de casais. Vários insights legais.

Fazendo negócios para sua agência e seu cliente

Uma outra coisa bem legal é visitar as “casas” dos países. Seu objetivo principal é promover a internacionalização de produtos e serviços de alguns setores econômicos.

Casa Brasil: Tadeu Jungle, documentários em realidade estendida
O nosso país estava representado através da Casa Brasil, montada pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que apresentou painéis, palestras, shows. Estive lá duas vezes, assistindo a painéis sobre mercado para a música brasileira e sobre realidade estendida.

Aliás, esse é um ponto importante para você que quer aproveitar o SXSW para fazer negócios no exterior. A Apex leva empresas inovadoras brasileiras para networking e oportunidades de negócios, prioritariamente dos setores de música, audiovisual,  games, design, moda e publicidade. Se você exerga no SXSW uma oportunidade de engajar sua agência ou seu cliente na abertura de fronteiras internacionalmente, sugiro dar uma olhada no site da Apex e se inteirar de como participar no ano que vem. Existe um processo de seleção. Se quiser saber como foi esse ano, tem esse arquivo aqui em pdf.

Austin é bacana
A cidade é muito bacana, as pessoas são amáveis e achei que tem um vibe meio brasileira, até. Já que você está lá, aproveite o clima e conheça a cidade, seus pontos turísticos, seus restaurantes fora da levada do SXSW.

SXSW 2020
Se você quiser se programar para 2020, as datas já foram divulgadas. EDU vai de 9 a 12/3, Interactive e Film, de 13 a 21/3. Music, de 16 a 22.

E aí, vamos?