Efeito
manada
Com o passar dos anos, mais e mais publicitários e outros profissionais
brasileiros da indústria criativa participam do SXSW. Um conta pro outro, que
conta pro outro, e o público vai só aumentando. Começa a bater aquela vontade
de ir. Mas nem sempre a gente tem essa grana toda para pagar passagem,
hospedagem e o badge (passe) que dá direito às conferências e painéis.
Comigo
aconteceu assim. Moro nos EUA, estava programando umas viagens pelo país e
pensei: por que não ir a Austin em pleno festival? Pois assim foi. Viajei sem ter
comprado o passe para assistir as palestras e painéis do South by Southwest. E
mesmo assim ouso dizer que participei do festival. Como assim? Bom, descobri
que basta estar em Austin para imediatamente estar inserido, pode acreditar.
Primeiras impressões
No Centro de Convenções |
Para início
de conversa, o SXSW não é glamour, champanhe e ostentação. Já achei bom só por
isso. Além do quê, você conhece muita gente de tribos diversas, pois são vários
“festivais” num festival. Tem a parte de Educação, de Interatividade, de
Cinema, de Música, de Comédia e de Games, que acontecem em dias diferentes, na
maioria das atividades (algumas se sobrepõem). Como me planejei para estar em
Austin durante um pouco de cada “festival”, foi bem interessante ver o público
mudando e poder conhecer pessoas com interesses os mais diferentes.
Posso dar
uma dica? Se puder, não se limite ao Interactive, como percebi que fizeram a
maioria dos publicitários. Tente aproveitar um pouco de tudo.
Participando sem passe
É claro que
ter o passe para garantir que você possa aproveitar tudo o que quer é muito
bom. Mas nem sempre se tem a grana necessária. Por isso, meu objetivo aqui é
apenas te dizer: não desanime, se for esse o seu caso.
Além do
guia oficial do Festival, que você pode consultar online ou pegar de graça no
Centro de Convenções, vale seguir alguns guias não-oficiais pelo Twitter. Em todas
as opções há informações sobre o que pode ser feito sem precisar do passe, gratuitamente
ou pagando.
As marcas também
promovem ativações incríveis para qualquer pessoa. Quer um exemplo? O Facebook promoveu
diversas delas, gratuitas, na sua Facebook Art House,
inclusive com direito a assistir filmes com produtos da Oculus/realidade
virtual.
Kellie Gerardi se prepara para ir a Marte. |
Há painéis,
palestras, e experiências totalmente 0800. Para
citar uma delas, a Atlas Obscura, com o apoio da marca Gore-Tex, juntou num
único painel uma cientista-astronauta, duas exploradoras e um pesquisador de sons
e robótica para uma discussão incrível sobre a quebra de limites na
exploração humana.
E dá para assistir
aos filmes exibidos no festival. Se a sala não lotar com a audiência
prioritária (isto é, os participantes que têm o passe), basta pagar o ingresso,
que custa 15 dólares, e pronto.
Eu assisti a dois documentários incríveis (Bluebird e Strange Negotiations), ambos
ligados ao universo da música, com direito a presença dos diretores e atores para
sessões de perguntas e respostas – e performance musical! – ao final da
exibição.
No hotel
onde me hospedei, assim como em outros hotéis, bares e outros locais, teve
shows de música gratuitos, de dia e de noite.
Aliás, aqui
entre nós, se você se planejar bem pode até comer e/ou beber de graça todos os
dias, pois quase sempre as atividades incluem café da manhã, brunch, ou happy
hour, dependendo do horário de cada uma 😉.
E as palestras oficiais?
Pois é. Não
precisa ter FOMO. Mesmo que você tenha o passe, muita coisa você pode assistir pela
internet. Se não tem, idem. Tua amiga comentou sobre aquela palestra incrível?
Chances há de que você possa assistí-la na hora via streaming e/ou no canal do SXSW.
Na palestra de Esther Perel, vários insights interessantes. |
Eu fiz essa
experiência e te desafio a fazê-la também: se alguém comentou ou escreveu sobre
algum painel ou palestra num dos inúmeros eventos ”pós-SXSW”, vai lá no YouTube.
Aposto que vai encontrar muita coisa. Uma das palestras com
maior repercussão, por exemplo, é essa aqui, da terapeuta Esther Perel. Ela
explica o que os líderes podem aprender sobre a dinâmica das empresas com a
terapia de casais. Vários insights legais.
Fazendo negócios para sua agência e seu cliente
Uma outra coisa
bem legal é visitar as “casas” dos países. Seu objetivo principal é promover a
internacionalização de produtos e serviços de alguns setores econômicos.
Casa Brasil: Tadeu Jungle, documentários em realidade estendida |
O nosso
país estava representado através da Casa Brasil, montada pela Apex (Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que apresentou painéis,
palestras, shows. Estive lá duas vezes, assistindo a painéis sobre mercado
para a música brasileira e sobre realidade
estendida.
Aliás, esse
é um ponto importante para você que quer aproveitar o SXSW para fazer negócios
no exterior. A Apex leva empresas inovadoras brasileiras para networking e
oportunidades de negócios, prioritariamente dos setores de música, audiovisual, games, design, moda e publicidade. Se você exerga
no SXSW uma oportunidade de engajar sua agência ou seu cliente na abertura de
fronteiras internacionalmente, sugiro dar uma olhada no site da Apex e se
inteirar de como participar no ano que vem. Existe
um processo de seleção. Se quiser saber como foi esse ano, tem esse arquivo aqui
em pdf.
Austin é bacana
A cidade é
muito bacana, as pessoas são amáveis e achei que tem um vibe meio brasileira,
até. Já que você está lá, aproveite o clima e conheça a cidade, seus pontos
turísticos, seus restaurantes fora da levada do SXSW.
SXSW 2020
Se você
quiser se programar para 2020, as datas já foram divulgadas. EDU vai de 9 a 12/3,
Interactive e Film, de 13 a 21/3. Music, de 16 a 22.
E aí, vamos?
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