Há coisas que acabam incorporadas ao nosso jargão publicitário e a gente não se questiona mais sobre elas. Por isso quero falar aqui sobre um termo que estou cansada de ver, ler, ouvir quando se fala sobre e, principalmente, quando alguma agência está recrutando Atendimento. De repente, dentre todos os requisitos solicitados aparece aquela velha expressão: “que saiba dizer não”.
Pode ser que eu esteja de implicância, mas é que eu acho o uso desse termo um terreno fértil para distorções. É vago demais, sem sentido até. Tem que vir com bula, porque por si só não se explica. O que é saber dizer não, e como isso pode ser um pré-requisito, uma qualidade?
Para mim, o Atendimento tem que “saber dizer sim”. Calma. Antes que pensem que estou dizendo que o Atendimento é “Yes, man”, isto é, aquele cara subserviente que faz tudo o que o cliente pede sem questionamentos, me explico.
Saber dizer sim é v i a b i l i z a r . Saber dizer sim é s o l u c i o n a r , dizer “dessa forma não é possível, mas que tal desta?”. Isso, na minha opinião, não é saber dizer não, é saber dizer sim.
Atendimento é aquele que torna as coisas possíveis de alguma forma, é um facilitador, um gestor de processos, aquele que faz acontecer.
Nenhum cliente quer um Atendimento “que saiba dizer não”. Aliás, o não é sempre frustrante, tanto para quem diz como pra quem recebe a negativa, mesmo que seja com “jeitinho”. O não é impeditivo, limitador, coloca barreiras, destrói pontes.
Quem busca como ideal o profissional que “sabe dizer não” pode acabar contratando uma pessoa sem talento para fazer acontecer. E a gente só faz acontecer pensando na melhor forma de conseguir que as coisas se concretizem. Em uma só palavra, isso é : SIM.
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