No discurso inaugural da conferência, proferido pela CEO da 4A’s Nancy Hill (foto), ela observou que diversos fatores contribuiram para que a gestão de contas como função precisasse repensar e redefinir seu papel. A introdução nos EUA da função específica de planejamento de conta, na década de 80, foi um desses fatores. “Foi só quando trabalhei na TBWA que percebi o papel indispensável que um excelente planejador de conta – e que um bem-dirigido departamento de planejamento – podem desempenhar no processo de criação da boa propaganda. E foi também quando percebi a diferença entre os papéis do planejador e do gestor de conta, e em vez de brigar com os planejadores sobre quem merece ou não o crédito pela “grande idéia”, meu papel como executiva de contas foi entender como juntar todas as peças para fazer boa propaganda, desde o insight até a criação, até a midia e até a analise”, comentou Nancy. Outro fator que impactou a função de gerente de contas, segundo Nancy, foi a crescente adoção da tecnologia, tanto no ambiente de trabalho como na vida dos consumidores. E, infelizmente, aponta Nancy, “o que aconteceu com alguns executivos de conta é que eles não se atualizaram em termos tecnológicos e agora foram deixados para trás.”
Como último fator de impacto, Nancy apontou a mudança na própria força de trabalho que exerce a gerência de contas, que hoje não é mais formada só de homens e só de brancos, como se via lá na década de 60 (representada na excelente série de TV Mad Men, que mostra o cotidiano de uma agência na Nova Iorque daquela época).
Nancy Hill definiu a nossa função dizendo que “ gerência de contas, em muitos casos, tem mais a ver com o trabalho que um produtor executivo desempenha num filme de grande orçamento em Hollywood do que com o de mediador entre a agência e seus clientes. Isso porque gerentes de conta têm sempre estado no centro de tudo o que se passa entre suas agências e seus clientes e porque outras disciplinas cresceram em proeminência e importância nas últimas décadas (vide mídia e digital). "
Outro palestrante do dia foi Carl Johnson (foto), co-fundador da agência Anomaly, que disse com todas as letras que ser Atendimento hoje é a melhor função dentro do nosso negócio. Segundo ele, pela própria natureza da atividade, o gestor de contas tem acesso a tantas tarefas diferentes e tantas coisas imprevisíveis podem acontecer que isso torna tudo mais excitante e dinâmico, tanto que se ele tivesse começado hoje, era isso o que queria fazer. Entretanto, apontou: “ você tem que amar ser gestor de contas para exercer bem a função, pois é doloroso, difícil, você leva muita porrada e trabalha muito. Se você exercer mal a função, será o pior trabalho do mundo. Mas a chave é focar no que funcionará para o negócio do cliente e não no que o faz feliz. E mais: assuma a responsabilidade por qualquer coisa que venha a acontecer. O princípio fundamental é: tudo tem a ver com você – seja bom ou ruim.”
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